• As Estruturas da Mente: Projeto de Arquitetura para um centro de Atenção Psicossocial retornar à pesquisa
  • Autor Ana Beatriz Afonso Balestra
  • Ano 2019/2
  • Localização -22.916306, -43.201139
  • Coorientador Bruna Mota Rodrigues
  • Resumo

    Este trabalho final de graduação consiste em um projeto de arquitetura para um centro de tratamento de saúde mental. Entende-se que campo da saúde mental é muito amplo, complexo e multifatorial e que qualquer pessoa pode ser um potencial paciente ainda que por um período temporário na vida, assim o acesso ao seu tratamento é um direito fundamental de todo cidadão. Além disso, o ambiente a ele destinado influencia diretamente na qualidade e eficácia dos serviços prestados e, infelizmente, atualmente estão aquém do ideal que poderia ser oferecido por diversos fatores. A finalidade deste projeto é compreender estas relações e responder com a arquitetura às demandas espaciais atuais desse campo na especificidade de um projeto no modelo do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do Sistema Único de Saúde na cidade do Rio de Janeiro, entendendo que só a transformação do espaço não é suficiente para resolver todas as necessidades e problemáticas envolvidas no setor, mas que através dessa organização é possível minimizar as dificuldades e potencializar um tratamento com qualidade e dignidade para quem mais importa neste processo: as pessoas. O CAPS é parte da RAPS (Rede de Atenção Psicossocial) que é composta por diversos dispositivos com características diferentes e complementares que atuam de forma local, como alternativa eficiente aos modelos ultrapassados ainda vigentes, comumente marcados por descasos, violência e alienação social. Com caráter aberto e comunitário, o CAPS destaca-se com o atendimento interdisciplinar com uma equipe de multiprofissionais e sua articulação com as demais unidades de saúde e setores sociais. Sua estrutura permite um acompanhamento mais longitudinal, com oficinas terapêuticas e o diferencial de leitos de acolhimento noturno que são vitais para manter o convívio familiar e comunitário durante momentos de crise. A atuação local do CAPS permite também a manutenção do cuidado e a criação de vínculos entre os profissionais, os pacientes e seus familiares. A demanda atual é existente em todas as Áreas de Planejamento da cidade e problemática de maior impacto e consequente motivação para este trabalho é que não há até hoje um projeto de arquitetura desenvolvido e executado com a finalidade exclusiva de um CAPS. Todos os espaços utilizados foram de imóveis públicos disponíveis, onde a rotina de trabalho se adapta à uma estrutura física pré-existente, resultando na limitação do potencial de trabalho desenvolvido em cada unidade. O projeto se desenvolve não apenas cumprindo o programa base do CAPS estipulado pelas portarias competentes, mas também com diretrizes que contribuem para a humanização desses ambientes de saúde, como redução da escala dos edifícios, privacidade, condições naturais e conforto ambiental, adequação aos usuários, entre outros. O terreno escolhido está localizado na zona central da cidade do Rio de Janeiro, no bairro do Estácio e foi doado para a prefeitura com esta finalidade. Inserido entre a comunidade do São Carlos, considerada uma área de fragilidade social na região e um empreendimento Minha Casa Minha Vida de grande porte, o terreno tem um potencial enorme de integrar essas diversas realidades com o desafio de manter suas particularidades. Para isso, além da construção da infraestrutura do CAPS, é projetada uma área livre de conexão, estar e lazer de uso público. O caráter central da praça tem o potencial atrativo de se tornar um ponto de referência na comunidade e a promoção do convívio entre a população geral e os usuários do CAPS é uma das maiores premissas deste projeto.


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