Este trabalho busca desenvolver a sustentabilidade econômica e sócio-ambiental dos espaços coletivos da Ocupação Solano Trindade. Esta Ocupação, feita pelo MNLM (Movimento Nacional de Luta pela Moradia), existe desde agosto de 2014 em uma terra pública que encontrava-se sem uso há 15 anos, cedida ao Centro PanAmericano de Febre Aftosa no bairro de São Bento, no município de Duque de Caxias. A estratégia deste movimento é denunciar terras ociosas que não cumprem sua função social, ocupando-as e exercendo pressão sobre o poder público para fazer valer o direito à cidade. No âmbito de um acordo de cooperação técnica entre o MNLM e alguns coletivos da UFRJ foi desenvolvido um projeto de habitação social para o edital do MCMV Entidades, prevendo espaços de trabalho e formação, porém a verba deste programa é destinada estritamente aos espaços de habitação. Isso significa que todo espaço coletivo acaba diminuindo a verba destinada às habitações. O objetivo do trabalho é aliar a questão da sustentabilidade aos espaços de geração de renda e encontro na Ocupação a fim de diminuir seu custo e promover um saber ecológico que possa ser replicado em outras situações de escassez. A proposta consiste na abertura do terreno da ocupação para a cidade, através da criação de um parque ao longo do canal existente e da abertura de uma via de pedestres. Um biossistema integrado trata o esgoto, gera gás para diversos usos, produz fibras para artesanato e adubo, além de cultivar espécies que compõe o paisagismo do parque. Uma passarela liga diferentes espaços públicos de lazer e esporte (uma quadra poliesportiva, área de brinquedos feitos de pneu, redes acima dos wetlands construídos) de uma área alagadiça até o terraço do edifício coletivo. Privilegiou-se espécies de árvores frutíferas e de baixa manutenção. Quanto à iluminação pública foram previstos postes movidos a luz solar, como os utilizados pela ONG Litros de Luz.