• Autor Maria Clara de Oliveira Coura
  • Ano 2017/2
  • Localização -22.900228, -43.175273
  • Resumo

    INTRODUÇÃO O projeto visa responder à necessidade real da situação do Espaço Cultural da Marinha. Uma vez que própria força militar, deseja o transformar no Museu Marítimo Brasileiro. Assim, visando atender a demanda do projeto do edifício, e da sua relação com a cidade, busca como resultado um novo equipamento para a sociedade e para a cidade desfrutarem. Norteando atuar como elemento fomentador de conhecimento, boas relações e integração de atividades, potencializando e contribuindo com a área recentemente requalificada ,atraindo qualitativamente os habitantes e visitantes da cidade. Cidade que apesar da condição peculiar do contato com a água, a cidade acabou, ao longo do seu desenvolvimento, afastando-se da paisagem de borda e, conseqüentemente deixando de usufruir das sua s qualidades paisagísticas e ambientais.Como o terreno se localiza dentro da atual Orla Conde, e manteve-se como anteriormente (com a existência da perimetral), continua com a mesma relação que buscava escapar das sombras e avançava para o mar. Hoje na nova realidade, sem a perimetral , o objeto em questão se encontra segregado e com pouco uso. O projeto então busca uma edificação que adquira consistência formal a partir das relações que estabelecerá na escala da cidade e também no âmbito da própria área aterrada, criando verdadeiramente, um espaço público. Reavivando a memória do município da sua condição territorial privilegiada (beira d’água). Esta condição advém principalmente das possibilidades que o mar proporciona tanto em caráter produtivo como recreativo e contemplativo. BREVE HISTÓRICO Apesar do píer, datar de 1874, quando servia à Alfândega, o que havia sobre ele era uma edificação característica para movimentação de carga: módulos, intercalados por guindastes, de tipologia construtiva de caráter provisório, cuja função original foi se perdendo e se descaracterizando ao longo do tempo. O prédio atual resultou de uma reforma nas antigas Docas da Alfândega. Entretanto, o molhe de pedra - base onde está apoiado - parece ser o mesmo cuja construção teve início em 1853. O edifício atual do ECM, inaugurado em 1996 foi construído de modo a se assemelhar à Cordoaria Nacional de Lisboa, este sim um prédio de fins do século 18, em Portugal, onde se fabricavam cordas e velas para embarcações. No jargão do patrimônio, se chama a este tipo de construção contemporânea de “falso histórico”. Desta vez a edificação original é preservada, e após presenciar várias modificações, chega a vez desta se modificar. DIRETRIZES O projeto busca ressaltar que a pré-existência não pode ser vista como limitadora para a criação e reinvenção do lugar; a proposição do diálogo entre o antigo e o novo deve ser encarada como oportunidade para enriquecer a experiência da paisagem. Tendo o projeto de arquitetura buscar investigar, na contemporaneidade, os diversos modos de produzir este diálogo e, em que medida, este fazer contextual pode ser entendido como “artístico”. A proposição contemporânea deve ser valorizada como afirmação histórica do presente, capaz de coexistir com as diferentes camadas temporais que a precederam. Como interpretação do contexto, produzir novos significados. Criando o novo que se assume como diferença e, ao mesmo tempo, como similaridade – interpretação que pode reforçar os sentidos existentes e criar outros. A PROPOSTA Equipamento como filtro entre a cidade e o Mar. A parte nova edificada abraça/completa a edificação existente no píer, e se estende sobre a água e sobre a Orla Conde. Os acessos se dão de diferentes maneiras, propiciando experiência diversas, e quebrando a monotonia do pier. Na parte preservada, o acesso se dá por uma ponte que conecta o antigo Cais dos Mineiros com o deck ampliado, tornando o extensão do caminhar e conexão com o mar. Na outra ponta, o usuário é convidado a se elevar, acessando diretamente o topo do segundo pavimento a edificação. O caminho até o topo, não propicia somente a conexão com o edifício, promove o contemplar da cidade, com perspectivas generosas. O topo funciona como uma extensão elevada da Orla, com a conexão visual entre a cidade e a baía de guanabara. É possível cruzar a edificação pelo terraço, e pousar diretamente no deck , que será área de contemplação, chegada e saída de embarcações de passeios, e acesso às visitações. Também se pode acessar a edificação pela parte mais recuada da Orla. Pela lateral do térreo da edificação, onde estão situados, o café, a recepção, o auditório e os demais acessos para todas as atividades e exposições existentes.


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