O significativo déficit de moradias no Brasil vem tornando a Habitação de Interesse Social um importante tema em diversos campos, tanto da política quanto na arquitetura. Simultaneamente à produção de habitações em áreas isoladas das cidades, inúmeros terrenos e imóveis em zonas urbanas consolidadas estão abandonados ou subutilizados pelos mais diversos motivos. A carência de edificações residenciais e resultante monofuncionalidade em áreas onde predominam os setores comercial e de serviços é prejudicial para diferentes usuários da cidade: para a população que mora cada vez mais longe dos locais de trabalho, e tem que se deslocar longas distancias; e para os usuários e habitantes das áreas de comércio e serviços, que acabam sofrendo pela falta de segurança e infraestrutura em outros horários do dia (à noite e finais de semana). Além disso, é necessário ocupar com diversos usos as áreas de especial interesse cultural no Rio de Janeiro, que hoje são muitas vezes ocupadas quase que exclusivamente pelo comércio, insuficiente para a manutenção e preservação do patrimônio cultural existente no local. Diversas medidas podem e devem ser tomadas para a preservação da região com suas características de cidade habitada, com todos os seus usos e costumes latentes, de forma a valorizar essa característica histórica. O projeto desenvolvido busca a criação de exemplares de habitação de interesse social que têm como objetivo contribuir para a mudança desse contexto urbano de segregação espacial, buscando atender às novas demandas como adequação ambiental, cidades miscigenadas e mais práticas, além da valorização do centro histórico do Rio de Janeiro.