A Avenida das Américas, na zona oeste do Rio de Janeiro, é uma via fundamental para a circulação na região, mas enfrenta desafios significativos, especialmente devido ao congestionamento intenso causado pelo excesso de tráfego de veículos. Esse problema origina-se da lógica de urbanização do século XX, que privilegiava o uso de veículos motorizados e o desenvolvimento de uma ampla malha viária que permitisse sua circulação eficiente, inspirada no urbanismo norte-americano. Esse modelo foi amplamente adotado pelas cidades brasileiras e acabou favorecendo a promoção dos transportes individuais em detrimento dos coletivos. Na Barra da Tijuca, essa lógica de urbanização resultou em vários desafios urbanos, sendo a segregação dos pedestres uma das consequências mais notáveis, levando a problemas como poluição do ar e sonora, insegurança e degradação do espaço público. Nesse sentido, este trabalho explora a problemática da caminhabilidade em um trecho de aproximadamente 4,5 km da Avenida das Américas, entre o Shopping Downtown e o Barra Shopping. Apesar da alta densificação construtiva ao longo da via e da diversidade de usos, há uma notável carência de qualidade no que se refere à experiência de caminhar. Com exceção da faixa litorânea, os espaços de convívio estão predominantemente confinados dentro de empreendimentos privados, como condomínios e shopping centers. O objetivo é reverter ou minimizar essa situação, com a criação de condições que permitam a democratização do espaço, com foco no pedestre. O projeto baseia-se nos Dez Passos da Caminhabilidade de Jeff Speck, buscando atender a cada um deles no recorte da intervenção.