O trabalho "Retratos de uma Rua Bela em movimento: conexões através da mobilidade" investiga as diversas formas de mobilidade no Rio de Janeiro e suas influências nas interações e percepções do espaço urbano. O estudo analisa como as pessoas se relacionam com o ambiente urbano, seja caminhando, pedalando, dirigindo ou utilizando transporte público. Utilizando o conceito de “modais de mobilidade”, enfatiza que a mobilidade vai além do simples transporte, sendo uma ferramenta para a apropriação da cidade e influenciando diretamente a maneira como os indivíduos percebem e interagem com o espaço urbano. Para territorializar os estudos, foi escolhida a Rua Bela, localizada no bairro de São Cristóvão, com o objetivo de entender como as dinâmicas relacionais através da mobilidade ocorrem no contexto do bairro. A escolha desta rua é justificada pela sua posição estratégica na malha urbana, funcionando como passagem principal entre a Avenida Brasil e o Campo de São Cristóvão, além de estar situada sob o viaduto da Linha Vermelha. A metodologia do trabalho incluiu incursões na Rua Bela, utilizando o filme etnográfico como instrumento de pesquisa, com o intuito de registrar e analisar como as experiências dos modais de mobilidade afetam e são afetadas pelos sujeitos naquele contexto. Foram realizadas entrevistas com moradores e usuários da área, explorando suas vivências, relações com a rua e percepções ao se locomoverem naquele ambiente específico. Por meio das entrevistas e da presença em campo, foi possível delinear um panorama da dinâmica urbana da Rua Bela. Inicialmente focado na busca de trocas e afetações típicas dos dias comuns, a observação revelou uma escassez de passantes, o que levou a uma reorientação do olhar para essa ausência. Ao invés de explorar as diversas afetações causadas pelos modais de mobilidade, o estudo passou a explorar as afetações causadas pelo vazio, através da lente da mobilidade.