A rua é o subsídio, a bicicleta, a ferramenta. O trabalho busca explorar a perspectiva das mulheres entregadoras que utilizam a bicicleta como ferramenta de trabalho. Objetiva-se analisar as dinâmicas de seus corpos no espaço urbano e como esse atua, em movimento contrário, modificando sua prática e o seu deslocamento pela cidade. A partir do relato oral de três mulheres entregadoras – Audrey, Cintia e Joelma –, por meio de conversas não indutivas e o compartilhamento de experiências, busca-se compreender suas rotinas, seus movimentos e sua inércia, as relações espaço urbano - espaços privados. Além disso, mapeia-se um dia de trabalho de cada uma das interlocutoras. Por meio de aplicativos de geolocalização, estrutura-se graficamente as rotas escolhidas, a relação entre tempo de parada e tempo de deslocamento, assim como sua velocidade e pontos de interesse. Dessa forma, pode-se contrapor e interpor com a base teórica e histórica estudada e pesquisas quantitativas do nosso campo. Finalmente, a fim de intentar visibilizar a perspectiva das mulheres entregadoras de bicicleta, o trabalho propõe cartografar e ficcionar – a partir de dados reais – a vivência urbana de pelo menos três delas.