A moradia é um dos primeiros, e importantes, contatos dos indivíduos com seu contexto social, de onde parte, além de abrigo, a estrutura que serve de instrumento para a formação e socialização da personalidade e toda a sua potencialidade diante das mais diversas questões humanas. Individualmente somos seres diversos, ao mesmo tempo sendo integrantes de diferentes contextos, escolhas e conformações, que exigem diferentes formas de lidar e tem necessidades básicas para seu funcionamento que devem ser levadas em conta no ato de projetar moradias. Pela volatilidade das questões e seu intenso devir, os sentidos e significados nunca são os mesmos de minutos e até segundos antes, o que nos leva ao pensamento da possibilidade da existência de um mundo e uma rotina que sempre esteja disposta a nos encaixar, nos acomodando desde o começo da vida até seu fim inevitável. Espera-se que essa possibilidade de encaixe seja de forma harmônica, pois estruturas sociais que tenham que sofrer grandes arranjos para qualquer tipo de mudança, acabam sendo falhas e não se mostram preparadas para as todas as fases da vida e para as questões que todos reconhecidamente sabem. Portanto este trabalho final de graduação tem por objetivo a proposição do alternativo, de uma possibilidade que seja universal, um desenho original que possibilite o flexível, de tal forma, que questione o modelo existente de moradia e sua capacidade de modificações posteriores e que induza o mercado imobiliário a tratar as decisões de modo tão importante quanto o retorno financeiro já feito nesse investimento.