O projeto objetiva analisar poética e politicamente os territórios do Valongo (entendidos aqui pelos bairros cariocas: Saúde, Gamboa e Santo Cristo), operando com novas e heterogêneas ferramentas de ler e compreender os territórios incutidos ali, buscando romper as fronteiras interdisciplinares, com técnicas semificcionais que esboçam novas ideias para a região. Para tal, adota-se uma metodologia de assimilação e conflito entre a paisagem imaginada pelo vivido e sua construção territorial, a partir de atos correlatos semificcionas de: apresentação, no qual o verbo valongar é introduzido e justificado, através de um quadro de histórias, memórias e esquecimentos cartografados; representação, elaborada como um alfabeto de símbolos, resultado das inquietações do primeiro ato e uma análise de projetos alternativos com um olhar desviado sobre a região; e presentitifcação, uma maneira propositiva de provocar e aproximar corpo e território. A finalidade de trabalhar tensionando narrativas, é produzir um material empírico que problematize o agora e outrora, através de práticas sensíveis sobre os tecidos da cidade, legitimando as tensões entre os conflitos urbanos como fundamentais para a construção de teorias e práticas urbanas e de projetos urbanísticos mais democráticos.