• Autor Malu Raposa de Oliveira
  • Ano 2019/2
  • Localização -22.76162, -43.44952
  • Resumo

    A falta de espaços livres e equipamentos públicos de qualidade é um problema recorrente nas cidades contemporâneas e que atinge, sobretudo, as áreas de subúrbio e as regiões periféricas. Via de regra, as áreas mais afastadas dos grandes centros, por vezes caracterizadas como “cidades-dormitório”, fornecem aos seus habitantes pouco (ou nenhum) meio de acesso à infraestrutura básica e aos espaços de fomento à intelectualidade, ao lazer e ao pensamento crítico.

    Ao pensar coletivamente, a criação de espaços públicos, praças e equipamentos culturais em áreas comumente precarizadas (como é o caso das periferias), além de exercer uma função social, contribui para a construção da qualidade da paisagem, requalificando sua urbanidade. Isso se dá, por exemplo, através dos novos fluxos que são gerados, da fomentação das relações sociais e da troca entre os indivíduos e a cidade, que são fundamentais na significação de um lugar. Além de promover eventos ligados à arte e à cultura, esse tipo de equipamento traz, sobretudo, interesse e vitalidade aos espaços urbanos, inclusive incidindo sobre os índices de violência e insegurança, via de regra também alarmantes em regiões periféricas.

    Respondendo às questões levantadas, o trabalho propõe a criação de um polo arquitetônico, a ser implantado na cidade de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, tendo uma escala regional que atenda não apenas aos moradores do município, mas também à população das cidades vizinhas, também carentes de equipamentos desta natureza. Desta forma, pretende-se atingir a uma parcela significativa da população, que hoje sofre com a falta de assistência e de infraestrutura, garantindo a esta população o mínimo de dignidade, através do acesso ao lazer, à arte, à cultura e à cidade como um todo.

    Mais do que a pura proposição de um programa pré-estabelecido, o projeto se alicerça nas questões de um lugar. A partir das leituras e diagnósticos da área de intervenção e do contexto em que se insere, é estabelecida a base teórica e conceitual para a proposta de intervenção. O trabalho pretende dessa forma, reforçar a dinâmica existente na centralidade de Nova Iguaçu, que possui uma relativa intensidade de fluxos sociais e econômicos, com bastante oferta de comércio e serviços, porém carente de áreas livres e de equipamentos relacionados ao lazer e à cultura. O lugar também funciona como ponto central para distribuição de transporte público para outras localidades dentro e fora do município. Desta forma, o projeto de intervenção pretende, através de uma operação urbano-arquitetônica potencializar as vocações locais através da criação de um conjunto arquitetônico composto de edifício que abrigará atividades culturais e pavimentos de livre ocupação, edifício de salas comerciais/empresariais com térreo destinado ao uso comercial, via de pedestres resultante da implantação dos edifícios, praça rebaixada com áreas destinadas ao estar, ócio e contemplação e que funcionará como espécie de bacia de retenção em dias de chuva, além da travessia elevada conectada à estação ferroviária, que se pretende deslocar para a frente do lote.


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