As guerras e deslocamentos forçados existem há muitos anos em busca de refúgio. Dentre traumas de diversas magnitudes e naturezas, em contextos de exploração e conflito, algo que unifica a condição de refugiado é o cenário de miséria, fome e violação dos direitos humanos. No Brasil, hoje, vivem mais de 10 mil refugiados de aproximadamente 80 países em busca de uma emancipação assistencialista. Além disso, há em torno de 85 mil pessoas aguardando resposta de solicitação. O projeto trabalha conceitualmente em 3 fases, considerando as 3 principais demandas emergenciais dos refugiados (acolhimento, moradia e trabalho), visando a inclusão do refugiado e a emancipação assistencialista. O projeto desenvolvido no trabalho consiste na construção de moradias temporárias para refugiados com uso misto, atendendo a demanda de habitação e espaços de trabalho e geração de renda dos refugiados, mas também pensando em espaços de uso coletivo que se abram para o entorno, possibilitando troca entre culturas. Além disso, atende a uma demanda local de atividades comerciais e espaços de lazer que proporcionam encontros e trocas entre a comunidade local. O projeto trata da adaptação de todo estrangeiro ou migrante que passa pela vivência de um novo espaço e cultura, considerando os laços culturais gerados por essa migração, algo importante para a cidade. Por isso, traz referências espaciais do universo da arquitetura árabe, como forma de marcar uma nova passagem dessa cultura e mostrar a importância de reconhece-la como parte da construção da nossa própria história. A ideia de cultura vinculada ao estrangeiro é considerada como algo vital, assim como o espaço de moradia. Enxergando esse potencial, o projeto trabalha com espaços que trazem a oportunidade de desenvolver programas culturais que apoiam a causa, mas também atendem a comunidade local como atividades culturais e educativas. Área de desenvolvimento: A área escolhida para desenvolvimento do projeto foi o bairro do Santo Cristo, Zona portuária do Rio de Janeiro, área em expansão com locais previstos para uso residencial, comercial, serviços cultural e de lazer, com infraestrutura consolidada, oferta de mobilidade, serviços e comércios básicos e próximo aos principais portos de chegada do Rio de Janeiro. Além de também se localizar próximo ao Cáritas no Maracanã – primeira organização a sistematizar o apoio a refugiados.