O Tabu da Nudez O nu ainda é tabu, tanto que é notícia: basta alguém tirar a roupa em público que prontamente ganha as manchetes dos jornais, sites e revistas... As feministas em protesto, o atleta do calendário e os anônimos em seus retratos banais conseguem atenção porque ficar pelado é algo, no mínimo, digno de nota – isso quando não é caso de polícia. (Editorial, Revista TMP, 2013). O fato de a pessoa incorporar a nudez faz com que sejam quebrados inúmeros de limites que nossa sociedade estabeleceu, religiosos, morais e até legais. A nudez torna-se mais “aceitável” quando ela está justificada pela arte e propaganda, mesmo assim existem fortes restrições à nudez masculina, o nu frontal masculino é mal visto, como podemos observar no caso da polêmica em torno da performance do Artista Wagner Schwartz, que abriu a 35º Panorama de Arte Brasileira, no Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo com a performance artística chamada “La Bête” (“O Bicho”) reconhecida obra da Brasileira Lygia Clark que Schwartz recria se tornando o objeto interativo do público do Museu . Uma mãe com sua filha aparece num trecho de um vídeo que circulou pela internet, onde a criança é incentivada a cumprir o propósito da obra e a partir daquele momento a vida do Artista passou a ser perturbada por uma perseguição incessante. Permeabilidade Despida Despir-se das roupas representa um sentimento de leveza, um ato de pureza ou uma carga menor, na nossa sociedade as roupas representam uma máscara social facilmente identificável que ajuda a construir um julgamento sobre alguém. Partindo do pressuposto de que despir-se é o principal ato para encontrar-se consigo e em consequência com a natureza, o Projeto abraça a ideia de despir-se junto com todos aqueles que permearão suas estruturas. Ser humano nu, arquitetura nua. Uma série de ações são consideradas como parte essencial da proposta pois ajudam a reforçar o objetivo do projeto: Conhecendo - Aprendendo – Refletindo - Compreendendo – Imergindo e Compartilhando. O Pavilhão do Corpo Nu O Pavilhão é um espaço inserido no parque Garota de Ipanema, envolvido pela vasta vegetação do local, o projeto busca gerar reflexão e inquietação para contribuir com o bom entendimento da nudez na sociedade atual. Preza a exploração dos elementos naturais como a luz solar, o vento, a vegetação e a água permitindo a coexistência do ser humano e da natureza, fazendo um apelo ao desenvolvimento das relações sociais como via de melhoramento do indivíduo como também reforçando o respeito e empatia, que é uma das principais motivações da prática do naturismo. A estrutura foi projetada para proporcionar um entendimento da nudez através de um conjunto de experiências sensoriais. Foi idealizada em dois momentos, o caminho que dá acesso ao projeto por meio de rampa pré-existente, como início da imersão no contexto da nudez e estimulando o ato de despir-se. Ao chegar no segundo momento, o espaço de permanência, a nudez passará da intenção à prática para quem decida experimentar a nudez por meio da prática do Naturismo.