• Autor Paula Linhares de Souza
  • Ano 2019/1
  • Localização -22.971944, -43.334
  • Resumo

    O presente trabalho possui como tema geral o estudo das ocupações no espaço público da Praça do Pinheiro em Rio das Pedras, tendo como o fim a requalificação da praça como uma nova centralidade, caracterizada pela predominância de usos coletivos de lazer, ócio e cultura, gerando amenidades dentro do contexto de apropriações e alta mercantilização do solo. Cerca de 20 anos após sua inauguração, a Praça do Pinheiro conta com 34 ocupações privadas no formato “trailler” e garagem de aluguel, majoritariamente intermediadas pelo interesse comercial. Tais apropriações que por um lado produzem permanências e respondem a demandas locais, por outro, trazem um preço alto e muitas vezes irreversível; a conversão do caráter público em privado. Neste contexto, tal presença mostra-se como uma ameaça a outras atividades tão necessárias quanto, sobretudo para público mais jovem que acaba por ter seus espaços reduzidos. Visto isso, o partido adotado volta-se a criação de uma área livre dotada de usos coletivos articulados às apropriações preexistentes, neste sentido, áreas como o largo de bares, a quadra e o caráter comercial da Variante de Jacarepaguá (calçadão) são mantidos enquanto objetos-âncora, sendo o programa de modificações voltado à construção de um conjunto de amenidades a partir do potencial existente da área. Neste viés, são adicionados usos como: pista de skate, academia da terceira idade, espaços de ócio, parquinho, chafariz, anfiteatro, coleta de lixo, e percursos verdes. Por outro lado, tendo em vista a fragilidade da área frente ao interesse comercial e o quadro de carência de serviços públicos, o projeto volta-se a unir amenidades cotidianas à soluções infraestruturais. Tendo em vista a escassez de espaço e modus operandi para a chamada urbanidade formal, no caso, a construção de uma rede de equipamentos de lazer, esporte, educação, infraestrutura e etc distribuídos no território, o projeto prevê sua construção e programa voltados às escalas do bairro e do complexo, investigando a apropriação do lugar sob a ótica do cotidiano e seu funcionamento como praça de bairro, assim como a projeção deste espaço enquanto infraestrutura urbana. Neste sentido, a quadra existente é convertida em ponto de apoio no caso de enchentes, adquirindo cobertura e banheiros, são adicionados também palco e arquibancadas que permitem a realização de eventos diversos como shows e peças de teatro. Em um nível abaixo e interligada à quadra é criada uma pista de skate, aproveitando o desnível e sua superfície impermeabilizada para construção de um reservatório de água de reuso, sendo a água captada pela cobertura da quadra e reutilizada no caso de incêndio, para irrigação e banheiros, podendo ainda ser tratada para o uso humano e limpeza urbana.


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