Este trabalho tem como objetivo buscar compreender, levantar e evidenciar contradições no processo de produção formal do espaço que se situam por trás dessa paisagem espetacularizada da militarização e securitização dos espaços da cidade, tendo como foco a reconfiguração de áreas ditas periféricas, buscando fazer essa investigação através do desenho urbano que se apresenta como pano de fundo nesse jogo. Buscamos identificar de que forma a conjugação de dispositivos urbanísticos - que flexibilizam os parâmetros urbanísticos de certas áreas - com políticas ditas de segurança pública - que demonstram ser totalmente questionáveis com relação à redução da violência urbana - deixam suas marcas na cidade, e entender se estas perpetuam ou aprofundam a violência, buscando entender a violência em seu sentido mais amplo. Para isso, analisamos a conjunção das políticas urbanas e de segurança em recorte espacial no Grande Méier, na Zona Norte do Rio de Janeiro, discutindo como as transformações nas dinâmicas espaciais que ocorreram ali durante o recorte temporal de 2002-2018 (ou seja, desde o anúncio dos Jogos Pan-Americanos no Rio até os dias atuais) poderia se apresentar de maneira violenta para a população.