“Espaços perimetropolitanos” se criam a partir de justaposições, fragmentos urbanos articulados por grandes eixos de infraestrutura e deficientes em planejamento urbanístico (FARIAS, 2008). Dispersão, fluidez, ambiguidade e informalidade regem essas áreas, configurando entraves ao desenvolvimento integrado socioeconômico local e regional. Às margens de diversas urbanidades e, simultaneamente, inserida num nó caótico de rede metropolitana, a região entre São João de Meriti e Rio de Janeiro é composta por modais de trem e metrô, além de redes viárias dispersas, utilizadas como acesso tanto para população local dos dois municípios, quanto conexão a nível metropolitano. O projeto propõe ativar fronteiras urbanas, com a finalidade de transpô-las e habitá-las, trazendo congestão e multiplicidade de usos e fluxos à um meio genérico com fracos atrativos. Essa intenção se reflete no recorte existente através da ressignificação de áreas subutilizadas livres, como excedentes da linha férrea e terrenos ociosos. Esses resíduos são reorganizados ao longo do eixo férreo com a valorização das relações ao nível térreo e dos fluxos já existentes, conectando estações de trem, metrô e ônibus através de um eixo ao qual se acoplam e ramificam diversos usos. Por meio de usos pulverizados neste percurso, funciona como um edifício intermodal dissolvido ao longo de 1km.