• Da opacidade da técnica às práticas remocionais: redesenhando instrumentos pela permanência da Comunidade Indiana retornar à pesquisa
  • Autor Bruna Garritano Ferreira
  • Ano 2018/2
  • Localização -22.940248, -43.25211
  • Resumo

    Este trabalho surge como desdobramento do projeto de extensão “Entre Cidades de Direitos e Cidades de Privilégios” e se desenvolve na ‘Comunidade Indiana Tijuca’, cortada em parte expressiva de seu território pelo Rio Maracanã. Localizada no Complexo do Borel, na zona norte do Rio de Janeiro, a favela sofre ameaças de remoção desde 2009, tendo sido parcialmente removida em 2012.

    Em 2018 a favela volta a sofrer uma nova ameaça de remoção dada a partir de um parecer emitido pelo Ministério Público do Estado, que alega que a proximidade da favela com o Rio Maracanã representa um risco ambiental para o mesmo. Nesse contexto, o trabalho se propõe a entender e questionar a maneira como são concebidos os instrumentos e os discursos técnicos que legitimam as práticas remocionais na favela. Repletos de ambiguidade e informações fragmentadas, esses instrumentos retratam apenas uma pequena parcela da realidade que atravessa o Rio Maracanã e seus diferentes entornos. Esse processo de questionamento se deu em conjunto com um grupo de crianças e jovens da própria Indiana, onde a partir das suas observações, cartografias e registros fotográficos, construímos juntas e juntos uma proposta de contra laudo. Este, por sua vez, evidenciou as contradições existentes nos aparatos técnicos utilizados pelo Estado, assim como a seletividade das ações da gestão municipal para a redução do risco ambiental, que se mostraram direcionadas à populações e territórios específicos no espaço urbano.


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