• Véu de Maia - Um manto transparente que recobre o caos - Intervenção no Edifício Jorge Machado Moreira. retornar à pesquisa
  • Autor Aline Teixeira Loura
  • Ano 2018/2
  • Localização -22.862278, -43.222833
  • Orientador Mariana Moretzhon
  • Coorientador Andre Orioli Parreiras
  • Resumo

    Com o objetivo de evidenciar em forma de crítica o estado de abandono do monumento e promover o mínimo de organização necessária para continuar habitando a edificação, o projeto pousa como um manto transparente sobre a camada de tempo caótica em que se encontra o edifício JMM. Sob as leis da arquitetura moderna de Le Corbusier, o arquiteto segue quase religiosamente seus estatutos implantando a lâmina sobre pilotis com a planta livre permitindo uma flexibilidade de uso e transformação. Seu terraço jardim projetado pelo paisagista Burle Marx, conclui um ápice de um excelente projeto de acústica e conforto ambiental. Construído para abrigar a Faculdade Nacional de Arquitetura, com 900 alunos e aproximadamente 52 mil m² de construção. Após o incêndio em 2016, o correu o tombamento em instância municipal da volumetria, fachadas, esquadrias e gradis. Tal sinistro, “além de comprometer estruturalmente o oitavo andar do edifício também danificou todo o sistema de alimentação elétrica, hidro sanitário e de circulação vertical. Além disso, a interrupção da alimentação elétrica contribuiu para a paralização de obra em andamento de impermeabilização e cobertura do Bloco B, levando a perda da estanqueidade e permitindo o acesso e percolação de água pluvial agravando os danos já presentes na estrutura das lajes do referido bloco.” PATOLOGIAS DO EDIFÍCIO JORGE MACHADO MOREIRA – FAU / REITORIA DA UFRJ Marcos Martinez Silvoso e Wendell Diniz Varella Com Base no sistema gráfico de hachuras associadas a cor das normas italianas criei um sistema representativo para fazer o mapeamento de danos no pavimento térreo e fachadas frontal e lateral. A Metodologia usada foi investigação das patologias em verificação direta, in loco. A identificação e avaliação foi realizada por meio de registro fotográfico juntamente com a devida localização (em planta baixa) na edificação, bem como, nas fachadas. Após a extensa avaliação dos danos a decisão de intervir apenas no nível de organização emergencial das pré-existências veio por entender que apesar da necessidade de uma intervenção de restauração, o domínio sobre tal ato vai além do projeto arquitetônico, estando sujeito a instancias administrativas, sendo assim o projeto busca enfatizar a necessidade de tal manutenção porém se apropria do estado de caos existente como forma de compor o projeto, daí o manto, onde Maia ou Maiá, vem da filosofia como um termo que define ilusão, quando citada na mitologia ela aparece como uma deidade que tem o poder tanto de cegar seus devotos como de lhes mostrar a verdade, sendo assim o véu de maia é um manto de pureza que recobre o caos com um tecido transparente para que se permita ver o que está encoberto. Com materiais resistentes e leves a intervenção brinca entre o caráter permanente e temporário atendendo a necessidades urgentes, como uma escada de incêndio e alternativa de circulação vertical , e em outros pontos aparece apenas como uma área de apoio ou reestruturação de usos existentes com a instalação do piso grelha sobre a estrutura de andaimes de altura regulável para pousar sobre o piso irregular do térreo e fechamentos e mobiliários mesclados em tela, vidro e perfis metálicos. Assim, a intervenção se compõe de 5 pontos estratégicos formando um quadrilátero de ativação que evidenciam percursos esquecidos e ativam espaços como o jardim externo lateral, o salão azul, o pátio de pilotis sob a biblioteca e a extremidade dos 170m de corredor dos pavimentos tipos da lâmina.


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