• Autor Stephanie Livia de Souza da Silva
  • Ano 2017/2
  • Resumo

    Privilegiada pela vista da Baía de Guanabara, a área portuária compreende não apenas a atual revitalização da Praça Mauá, mas núcleos habitacionais dos mais antigos da cidade. Com uma população que ainda se apropria do espaço público, mantendo suas tradições relevantes para o contexto cultural da cidade. O bairro da Saúde, assim como toda região portuária, foi marcado pela presença de escravos, trabalhadores da estiva e de atividades portuárias, de operários das indústrias. Tal população tem a apropriação do espaço público como parte de seu cotidiano, sejam nas conversas de rua, nos encontros em bares, churrascos feitos nas calçadas ou rodas de samba. Mesmo após diversas intervenções urbanas na região, resistências culturais podem ser identificadas na Pedra do Sal: a comunidade quilombola na Rua São Francisco da Prainha e no Largo de São Francisco da Prainha são exemplos de locais de encontro para manifestações religiosas, culturais e também carnavalescas. Além de famílias, artistas plásticos e artesãos da região, que desenvolvem suas atividades e vêm resistindo às ameaças de remoção devido ao Projeto Porto Maravilha. A consciência do valor histórico e artístico é a primeira condição para a preservação de um patrimônio edificado. Como reconhecimento cultural e territorial em um contexto urbano de grande especulação imobiliária, o presente trabalho propõe, inicialmente, a recuperação dos imóveis da pertencentes ao Quilombo Pedra do Sal na Rua São Francisco da Prainha e requalificação da rua para pedestres como um caminho de consciência sobre a memória da região. Para consolidação do projeto de requalificação e como reafirmação da identidade afro-brasileira do local, é proposto um Espaço Multiuso para eventos culturais e religiosos junto a Pedra do Sal e um Espaço Colaborativo no conjunto de casarios arruinados no Largo de São Francisco da Prainha, promovendo capacitação em projetos culturais voltados para a história, arte e economia criativa na região portuária. Não existe maior referência na região portuária do que a população afrodescendente. Referências: Ministério do Desenvolvimento Agrário. Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária –INCRA. Relatório Técnico de Identificação e Delimitação da Comunidade Remanescente do Quilombo de Pedra do Sal. Rio de Janeiro: INCRA, 2010. SOLÀ-MORALES, I. Do Contraste à analogia: Novos desdobramentos do conceito de intervenção arquitetônica . In NESBITT, Kate (org); Uma nova agenda para a arquitetura: antologia teórica (1965-1995); Editora Cosac Naify, São paulo, 2008; pág 254-263. FEILDEN, B. The principles of conservation. The UNESCO Courier, Paris, v.9, n.5, p. 27-29, mar. 1981. Disponível em: . Acesso em: 14 set. 2017


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