Na sociedade atual, a condição social do indivíduo é conectada a sua capacidade de produzir. Sendo assim, ao estar fora da camada economicamente ativa, o idoso fica à margem da sociedade, principalmente se sua comunicação e suas habilidades intelectuais forem reduzidas, como pacientes com Alzheimer. É preciso pensar a habitação destinada a esse público, criando um ambiente adequado ao idoso e o pleno uso de suas capacidades, priorizando a atividade através da prática, segurança pela prevenção e identidade com sua preservação, através do respeito por suas necessidades de vida. Há, com frequência, uma despersonalização do idoso, ao limitá-lo às suas prioridades fisiológicas, mas esquecendo as de nível social e afetivo. Somando a isso, pessoas com demência avançada são muito dependentes de um ambiente que compense sua desorientação espacial. Nesse contexto se insere este projeto, que oferece seus serviços, através de um sistema de estruturas de apoio assim como de uma modalidade de terapia que incita o idoso a manter sua identidade através da base do tratamento, que são as estimulações cognitiva, social e física, aliado à preservação dos hábitos adquiridos ao longo da vida e ao respeito pelos seus desejos. Foram formados núcleos constituídos de unidades residenciais que fornecem maior privacidade e personalização ao idoso que se conectam por um espaço de convívio. Cada unidade tem quarto, com banheiro e um espaço de estar, de total prioridade do idoso, e áreas de convívio como salas de estar, de jantar e cozinha, além de varandas em conexão com o exterior. Há ainda um núcleo maior de convívio, uma rua de “comércio”, simulando a vitalidade de um bairro dentro da Instituição, oferecendo estabelecimentos comerciais semelhantes aos quais os idosos estavam acostumados antes da mudança, assim como religiosos e culturais, além de espaço livre para caminhadas e contemplação. Tais atividades auxiliam no processo de estimulação cognitiva e social dos habitantes e geram uma estimulação física frequente.