• Autor Nathalia Rocha Barros Costa
  • Ano 2017/2
  • Resumo

    Impulsionadas pela Revolução Industrial, as cidades sofreram um processo de densificação, uma vez que a oferta de empregos nela passou a se concentrar. Nesse contexto, muitas cidades foram crescendo sem um planejamento prévio, ocasionando em diversos problemas que vivemos até os dias de hoje, de caráter ambiental, social e econômico. O crescimento desordenado, muitas vezes condicionado a oferta de empregos ou, até mesmo, a uma vontade vendida pelo mercado imobiliário de qualidade de vida relacionada a aproximação com a natureza, gera uma ocupação em locais ambientalmente sensíveis, como nas encostas dos morros e margens dos rios, por exemplo. Em algumas cidades, essa ocupação acontece de maneira espraiada, aumentando a superfície de infraestrutura urbana necessária para uma quantidade menor de pessoas, gerando altos gastos públicos. Além disso, essa ocupação de maneira dispersa no território faz com que mais pessoas necessitem usar o transporte privado para se locomover, gerando engarrafamentos, poluição do ar e poluição sonora. Esse crescimento aparentemente espontâneo, na verdade, é impulsionado por agentes que moldam a cidade de acordo com o seu interesse ao encontrar condições favoráveis a isso. Nesse mesmo contexto, encontra-se Niterói. Para tentar resolver o problema de mobilidade da cidade, foi aberto o Túnel Charitas-Cafubá juntamente com a implementação da TransOceânica, que liga a Região Oceânica à Região das Praias da Baía. Essa nova infraestrutura viária, somada a possível conexão ignorada com o Catamarã, trouxe um novo olhar para os bairros de Charitas e São Francisco, afetados diretamentes não só de maneira física, com a abertura do túnel, mas também de uma maneira simbólica, com a mudança de lógica em se vivenciar esse espaço. A partir de uma análise muti-escalar, o presente trabalho pretende se debruçar sobre Charitas e São Francisco para uma compreensão das mais diversas faces que esse território pode ter, analisando os impactos ambientais, sociais e econômicos que esse novo projeto de infraestrutura viária trouxe para a área de estudo.


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