• Autor Laura Souza Martins
  • Ano 2017/1
  • Resumo

    Cada vez se torna mais comum a discussão e a percepção de que um projeto de arquitetura não se trata apenas de espaços físicos, mas também de como esse espaço interfere e influencia o usuário, suas sensações, comportamentos e até em seu modo de vida. Maternidades convencionais tendem a transmitir aos seus usuários, gestantes, acompanhantes e profissionais, uma atmosfera muito mais rigorosa do que o necessário, uma vez que o parto, em maioria, não se assemelha, de maneira nenhuma, à doenças ou situações críticas de saúde. Assim o local de nascer, deveria ser vivenciado pelos usuários de forma diferente dos demais ambientes hospitalares, associado à momentos alegres, leves e especiais para as famílias. Aqui, foi definida uma casa de parto humanizado planejada que corresponde `a especificidade de seu público alvo, que não necessariamente se assemelha com o dos demais setores de um hospital. O planejamento desse local foi baseado numa investigação aprofundada das necessidades, anseios e expectativas do público usuário, respeitando as normas de segurança e garantindo assim uma experiência única, segura e confortável do momento de parir. O centro de suas atividades, que diz respeito à saúde pública, é o acompanhamento do parto natural humanizado, para mulheres cuja gravidez apresenta baixo risco de intercorrências negativas, livrando-o de intervenções desnecessárias e garantindo à mulher e `a criança um momento protegido de violência obstétrica, tecnocracia e da busca por alta produtividade que permeia os serviços hospitalares e induz a prática de cirurgia cesariana eletiva. Ao redor dessa prática, orbitarão atividades educativas, culturais, de lazer e profissionalizantes, que atingem um espectro social amplo, empreendendo uma gradativa mudança de consciência em crianças, jovens e adultos frente a questões como o nascimento, a vida, o corpo e a existência humana. Um ambiente acolhedor, próximo a um ambiente domiciliar coletivo, com conforto ambiental, cores, materialidade e distribuição dos espaços pensados como forma de otimizar a recuperação e bem estar dos pacientes.


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