O projeto cria um Centro de Memória da Dor da Ditadura Militar um espaço aberto ao público com intuito de despertar o interesse e a conscientização da população quanto a este episódio que marcou a história da nossa democracia. O terreno escolhido, ao lado do Museu Histórico Nacional, situa-se próximo ao local que abrigava o destino final do restaurante universitário Calabouço, sede de movimentos contra o governo militar e onde foi assassinado o estudante Edson Luis, que se tornou símbolo da luta do movimento estudantil. Em adição, o terreno localiza-se em uma área da cidade remete à sua fundação, possuindo também suas próprias memórias remanescentes, também levadas em consideração na elaboração do projeto. O edifício dialoga com o entorno ao seguir o alinhamento das edificações ao seu redor, priorizando importantes cones visuais que permitem o contraste entre o tempo antigo e o novo. O espaço livre entre os dois edifícios, criado a partir do fechamento de duas das vias, tem como finalidade um local de contemplação de ambos os tempos. O edifício em si estrutura-se em três momentos distintos, criando uma narrativa a ser seguida: Experiência, ação e de debate. O acesso é pela parte do debate, tomada por um pé direito monumental e uma grande arquibancada. Usando elevador, o visitante é levado ao terceiro pavimento, onde mergulha no trecho da experiência, visando despertar variadas sensações e evocar, de maneira fenomenológica, a vivência do período de opressão e censura do governo militar e a abertura política. Em seguida, o visitante é levado ao trecho da ação onde encontrase no Centro de Documentação, local de pesquisa e desenvolvimento de iniciativas que pretendem contribuir para a causa. Por fim, o visitante chega no nível intermediário da grande arquibancada, onde ele pode descer ou subir em direção ao espaço da utopia, um grande plano de vidro que simboliza a transparência completa.