Resumo
O projeto propõe a requalificação de um quarteirão de 18.000 m² em São Cristóvão, Rio de Janeiro, que pertencia à antiga Companhia de Luz Steárica. A proposta articula habitação, comércio, creche, áreas verdes e parque público, promovendo inclusão social, sustentabilidade e resgate da memória industrial. A implantação parte de um conjunto fragmentado, onde cada edificação possui função própria, articulada pelo espaço livre e pela permanência dos elementos pré-existentes — galpões, chaminés e o palacete de 1912 — que orientam os novos programas e costuram passado e presente. A creche e o edifício residencial situam-se nas bordas, enquanto o parque centraliza a articulação entre volumes, atuando como infraestrutura verde e suporte à memória física da fábrica, com paginação inspirada nos vestígios remanescentes do que foi demolido. Três gestos conduzem a narrativa memorial: o pavilhão maior atua como um gradiente em etapas, da cobertura preservada do galpão central até o vazio; o pavilhão menor transfere o vazio deixado pelo pavilhão maior para proteção do terraço; o terceiro é um anexo expositivo de tijolos de vidro, que recompõe a fachada demolida de um anexo com espectro translúcido. A Galeria Steárica ocupa o galpão preservado, com 38 lojas de tamanhos variados com circulação elevada situada acima destas. O projeto incorpora ainda mobiliário urbano, iluminação e restauro de elementos construtivos, consolidando um urbanismo que une memória, permanência e uso cotidiano.
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