Resumo
O desenho de observação é aqui ferramenta de escuta, linguagem e investigação. Por meio dele, foi criado o caderno Nova Iguaçu em Baixo-Relevo, que reúne traços, falas e fluxos colhidos em caminhadas pelos espaços centrais da cidade. O objetivo é revelar histórias e presenças apagadas pelo processo de valorização urbana, especialmente as de pessoas em situação de rua. Cada desenho é uma tentativa de devolver visibilidade a quem é tratado como ausência. Mais do que ilustrar, o desenho constrói vínculos e revela dinâmicas que o olhar técnico muitas vezes ignora. A proposta é pensar uma arquitetura que escuta antes de intervir, reconhecendo os moradores em situação de rua como protagonistas de uma cidade em disputa. Nova Iguaçu aparece não apenas como território de conflitos, mas como espaço vivo, onde resistir também é habitar. Se a cidade é feita de presenças, por que tantas ainda são tratadas como invisíveis?
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