O trabalho discute como os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) tradicionais falham em representar a dinâmica das áreas urbanas informais. Favelas como a Rocinha, historicamente excluídas dos mapas oficiais, evidenciam a limitação de modelos cartográficos baseados apenas em pontos, linhas e polígonos. A pesquisa propõe uma abordagem focada em processos, aproveitando linguagens de programação visual (inspiradas em ferramentas como Grasshopper e Blender) para lidar com dados de diversas fontes (imagens de satélite, MDEs etc.) e, assim, modelar e documentar de forma transparente os fluxos de ações que geram o espaço urbano. Por meio de um sistema baseado em nuvem e técnicas de visão computacional, foi possível extrair e refinar automaticamente polígonos que representam edificações na Rocinha, reduzindo a dependência de hardware potente e facilitando a replicação do método. O grande diferencial está em documentar e explicitar cada etapa desse processo, permitindo que outras pessoas ou instituições possam adotar e adaptar o método em diferentes contextos. Dessa forma, este trabalho não apenas gera dados mais precisos sobre a Rocinha, mas demonstra como a ênfase nos processos – e não apenas em objetos estáticos – pode transformar a forma de mapear e estudar regiões urbanas complexas.