Este trabalho tem como objetivo desenvolver um documento crítico, analítico e propositivo- metodológico sobre como pensar o planejamento urbano a partir das preexistências e das questões emergenciais do território, em busca da potencialização da vida de bairro existente nas quadras próximas à Avenida Brasil, localizadas entre o bairro de Bonsucesso e o Conjunto de Favelas da Maré. O trabalho se inicia a partir da análise da Avenida Brasil enquanto elemento fragmentador do subúrbio carioca, a partir de eixos históricos, morfológicos e sociais, mas como elemento da minha vivência pessoal. A Avenida Brasil é símbolo de uma cidade em movimento e que tornou-se marco de um subúrbio rodoviário, além de ser a principal entrada para a parte central da cidade. Atualmente, há um esvaziamento industrial e uma reocupação destes espaços às margens da avenida por diferentes usos, que reafirmam a vida de bairro no eixo da via. Dessa maneira, a rodovia antes tida apenas enquanto conexão entre lugares, passa a abrigar usos menos transitórios e mais permanentes, observáveis pela presença do comércio formal e informal, escolas, residências, dentre outros. Entretanto, as franjas existentes nas quadras do entorno da rodovia, devido aos remanescentes industriais, são um dos principais fatores que causam insegurança e desertificação do local. A partir dessa observação, busca-se revisitar o Plano Diretor da Cidade do Rio de Janeiro para identificar as proposições na estratégia de encaixar o espaço que a Avenida permeia como Zona Franca Urbanística (Lei Complementar no270 de 16/01/2024).