• Autor Ricardo Quara Barata
  • Ano 2021/1
  • Orientador Iazana Guizzo
  • Resumo

    O trabalho parte de uma inquietação, um incômodo gerado ao encontrar uma construção abandonada no meio da Mata Atlântica, em São Conrado. Trata-se do Edifício-Esqueleto, uma estrutura de 16 andares inacabada e perdida no coração da floresta. Ao invés de se tornar um hotel internacional (como previsto), esta obra nunca foi finalizada e, assim, a massa de concreto permanece há sete décadas sofrendo corrosão e rachaduras. O que um volume de concreto com 125 metros de comprimento e 56 de altura está fazendo em meio a Floresta da Tijuca? Como ele pode ter surgido e o que sua própria existência nos diz sobre as escolhas que vêm sendo tomadas no mundo contemporâneo? A partir dessas indagações, vi a possibilidade de estudar mais a fundo o papel da arquitetura neste cenário de especulação imobiliária e abandono. Tal condição me ajudou a levantar questionamentos sobre as formas hegemônicas ocidentais de se habitar a Terra, assim como a responsabilidade do ofício da profissão que optei por exercer. Qual legado está sendo construído? Qual nos é ensinado a construir? Essas e outras questões abordam os paradoxos encontrados em dicotomias como teoria e prática, sujeito e objeto, natureza e cultura, construção e ambiente. O trabalho levanta questões que convidam à desestabilização de pressupostos estabelecidos e nos fazem pensar, revisar e transformar os caminhos que desejamos seguir, tanto como arquitetas e arquitetos quanto sociedade em geral. Quem sabe consigamos aprender a ser menos.


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