Resumo
O objetivo dessa pesquisa é contribuir para uma reflexão acerca do tema criança e espaço urbano, valorizando práticas lúdicas como método de apropriação e transformação de espaços. A partir do entendimento da criança como sujeito negligenciado nos processos de formação de cidades - tanto no âmbito arquitetônico e urbanístico, quanto no político (se é que eles podem ser desassociados) -, pode-se compreendê-la também como figura de resistência frente à cidade funcional, pelo seu potencial lúdico de ressignificação através da brincadeira. Apoiando-se nos escritos de Francesco Careri e outros autores, este trabalho defende o ato de caminhar como instrumento crítico e, portanto, um dos métodos mais simples de apropriação dos espaços. Ao relacioná-lo com a criança, entende-se que o caminhar pode ter outra função que não a de simples locomoção: o caminhar é também explorar, investigar, brincar. Assim, o caminhar lúdico é aqui defendido como uma reapropriação do território através do jogo, adicionando percepções afetivas à cidade.
Universidade Federal do Rio de Janeiro - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - Midiateca FAU/UFRJ 2019 ® | Todas as imagens protegidas por direitos autorais.