Resumo
Instauradas na relação de conflito entre a lógica contraditória vigente do viaduto como estrutura exclusiva de transporte de veículos e a lógica da ocupação pelos indivíduos em performance, as pontes aqui são pontos de diferenciação, destacando trechos de interesse na paisagem. Abertas a eventos, situações as pontes-acontecimento não dispõem espaços programados, mas estruturas para ocupação, tornando-se instrumentos e agentes para desdobrar novas realidades ao incorporar, conectar e intensificar as dinâmicas novas e existentes. Sítios de intensidade ao longo da constância estéril e apática do viaduto, convidam o usuário a um outro tipo de experiência ao atravessar o viaduto e o córrego. A pesquisa neste trabalho se desenvolveu sobre a exploração das diversas possibilidades de ação de acordo com posturas mapeadas em projetos e textos da arte contemporânea que tratam do entre-campo arte-arquitetura. Uma mesma situação urbana pode suscitar diversos tipos de posicionamento, levantar questões diversas e múltiplos olhares sobre as mesmas questões. As 'colagem-propostas' foram concebidas como especulação, como 'testagem' para análise crítica e reflexão a partir da colisão gerada pela inserção das obras de referência selecionadas no viaduto. Os diferentes modos de ação levantados e estruturados na pesquisa definem alteridades, possíveis alternativas de intervenção frente a um projeto unívoco. Cada intervenção pressupõe uma narrativa, um olhar diferenciado, uma poética própria e cada tipo de estratégia ativaria o viaduto de uma forma específica.
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