Falar sobre Habitação Social no Brasil é impossível sem citar o programa federal Minha Casa, Minha Vida. O programa, que já beneficiou milhares de famílias por todo país, sofre com um problema grave. Os responsáveis pela construção desses empreendimentos são construtoras privadas que lucram com a venda dos imóveis. Com isso, essas construções têm sofrido com a falta de qualidade urbana e arquitetônica. Isso, somado às exigências do programa, gera condomínios que não condizem com a realidade da maioria das famílias brasileiras. O Programa exige que todos os apartamentos tenham sala, 2 quartos, banheiro, cozinha e área de serviço. As construtoras utilizam processos construtivos como alvenaria estrutural e parede estrutural de concreto, que são mais baratas, mas impossibilitam qualquer mudança no layout do apartamento. Dessa forma o morador se vê obrigado a adaptar-se ao apartamento, e não o apartamento que se adapta ao morador. Por isso a proposta apresentada é formada de diferentes tipologias de apartamentos, para que eles se adaptem às diferentes famílias, com flexibilidade, porém valendo-se das mesmas técnicas construtivas hoje utilizadas, de forma ágil e mantendo o baixo custo desse tipo de obra. As construções são compostas por módulos iguais, mas que geram possibilidades de mudanças. A modulação permite que o projeto se adapte a outros terrenos, gerando novas combinações. O projeto também considera as questões climáticas do local - clima quente e úmido, permitindo a circulação cruzada do vento e trazendo proteção contra o sol às fachadsas atingidas. As relações humanas e a conformação dos espaços livres ganham grande importância, já que esses podem ser fatores determinantes para a convivência em um lugar. Por isso a circulação horizontal foi projetada como espaço de convivência, além de funcionar como marquise aumenta a variedade de contatos de vizinhança presente no conjunto.