Resumo
A errância e a fotografia são, para este trabalho, princípios fundamentais para a formulação e experimentação da proposta metodológica, que neste caso também está sendo projetado e reconstruído durante todo processo, entretanto, não para ser seguido de um modo padronizado ou tradicional. Nesse sentido, é importante que tenha uma abertura para errar, reformular, refazer, enriquecer, abandonar aspectos que não são mais pertinentes e ao mesmo tempo, resgatar questões anteriores. As ferramentas vão se modificando ao longo do processo por meio de sua montagem, aplicação, reflexões e redesenho. Se atentar aos sentidos e estímulos corporais proporcionados pelo simples fato de estar presente na cidade, é fundamental e deve ser um grande eixo de pensamento projetual. Ao aproximar-se da experiência através da atenção às práticas cotidianas, detalhes, contato com as nossas capacidades sensíveis e libertação da nossa imaginação, é possível projetar com uma dimensão mais próxima do ambiente afetivo. Consequentemente, torna-se um projeto mais consciente de seu espaço, usuários e possíveis impactos, identificando injustiças e desconfortos para no futuro amenizar o contexto. A aproximação da paisagem praticada é relevante para a atuação do arquiteto e urbanista por entrar em contato com um cotidiano mais ordinário que possibilitam acessar outras camadas de significação. Com o desenvolvimento das questões mais formais das fotografias, foi possível identificar como enxergar a cidades para além de sua aparência superficial, se atentando para experiência sensorial e motora como parte integral da vivência urbana. Simultaneamente, nos distanciando das paisagens fabricadas, que nos afasta do real e contribui fortemente para a formação de imaginários coletivos e suas apropriações, sejam elas pelo marketing, poder público e mercado.
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