A associação da arte como forma de lazer e melhora na qualidade de vida e sua consequente presença no âmbito cotidiano não é um fato para a maior parte da população brasileira. A carência ou inexistência de espaços exclusivamente dedicados a atividades do âmbito somada às dificuldades cotidianas e condicionantes socioestruturais a seu acesso faz com que muitas vezes tais locais permaneçam limitados a grupos sociais privilegiados e abastados, dotados de um conjunto de fatores pessoais que frequentemente os faz maioria dentro de ambientes como os museus de arte. Como resultado, há a percepção popular da prática e apreciação das artes como um elemento da vida ligado ao elitismo, logo, não integrado ao cotidiano popular. No estado do Rio, tais afirmativas tornam-se mais fortes à medida que o olhar é direcionado para áreas da Baixada, onde a cidade de Duque de Caxias é marcada pela realidade de ser uma cidade sem museu de arte. Desse modo, o estudo em questão é de uma proposta projetual de um museu de arte para a Caxias, em busca de oferecer uma infraestrutura pública capaz provocar transformações no cenário artístico-cultural municipal com reverberação metropolitana. O objetivo geral deste trabalho consiste em desenvolver um projeto arquitetônico de um museu de arte público no bairro Jardim 25 de Agosto – Duque de Caxias, a fim de doar à cidade uma infraestrutura capaz de centralizar a produção artística que acontece de maneira pulverizada pelo território municipal, bem como democratizar o acesso público e de áreas periféricas à arte. O projeto surge como possibilidade de um epicentro de criação e exposição artística de ocupação popular, para aumentar as relações artísticas, reunir elementos identitários municipais, reafirmar o direito público à arte ao eliminar uma gama de barreiras de acesso. Ademais, o programa de necessidades busca também oferecer suporte educacional para aulas práticas e oficinas de artes visuais.