Para a população menos favorecida economicamente, a carência de moradia no Brasil é uma questão histórica. O trabalho se insere no contexto do déficit habitacional e questiona porque a massiva produção de Habitação de Interesse Social (HIS) pelo Programa Federal Minha Casa Minha Vida (MCMV) não é suficiente para suprir essa carência. Nesse cenário, a crítica nasce em torno da qualidade dos projetos de habitação popular, com foco no eixo inserção urbana desses empreendimentos, tendo em vista os aspectos territoriais das necessidades habitacionais. Reconhecendo a importância de uma abordagem qualitativa para complementar a quantitativa, o trabalho explora o campo da Avaliação Pós-Ocupação (APO) como uma ferramenta potente para a compreensão das dinâmicas resultantes dos projetos de HIS já ocupados, atuando como ferramenta de aprimoramento da qualidade, principalmente visando futuros projetos. Ao permitir uma análise abrangente das dinâmicas sociais, ambientais e funcionais e levando em consideração a opinião e experiências reais dos moradores, a APO transcende a mera concepção do espaço físico, fornecendo informações valiosas sobre a a interação humana com o ambiente construído, se tornando essencial para questionar e atuar como ferramenta para a formulação de novas políticas públicas habitacionais. Por fim, conclui-se com a importância de extrair a função social de Avaliações Pós-Ocupação para o contexto abordado e inicia-se a disseminação dessa disciplina por meio de um folheto de divulgação, estimulando o conhecimento e a prática dentre os discentes e docentes do curso de Arquitetura e Urbanismo.