Este trabalho busca se debruçar a partir da perspectiva do sofrimento psíquico e abandono institucional os seus impactos na produção do espaço urbano e arquitetônico através do esquecimento e da ruína, tendo como objeto de pesquisa o caso do hospital psiquiátrico Colônia Juliano Moreira. A antiga “Colônia dos psicopatas homens de Jacarepaguá” foi por muito tempo coordenado pelo médico Juliano Moreira, homem negro, nascido na Bahia, reconhecido pelo pioneirismo da psicanálise e da “humanização” nos tratamentos psiquiátricos no Brasil e que lutou contra o chamado racismo científico. Atualmente, todo o complexo encontra-se em estado de ruínas, abandonado pelo estado, além de seus núcleos habitacionais que se formaram a partir do hospital psiquiátrico estão dominados por organizações paramilitares que comandam a região. O objetivo do trabalho é criar uma relação entre os significados dos elementos arquitetônicos que atualmente encontram-se em estado de ruína, formação morfológica do sítio somados a conceitos psicológicos e artísticos para construir um repertório de ferramentas que possibilitem uma intervenção de caráter sensível e simbólico que imagine novas formas de ocupar aquele território a partir daquilo que já se foi, para uma reconstituição e revalorização da importância social e histórica da Colônia dentro da perspectiva do “novo normal” do mundo contemporâneo.