• Autor Júlia Martins López
  • Ano 2023/2
  • Localização -22.824422, -43.176868
  • Resumo

    A degradação da Baía de Guanabara, advinda dos diversos tipos de poluição tem afetado significativamente o ecossistema do estuário, levando a escassez das espécies e consequentemente ameaçado a fonte de sustento e a cultura dos pescadores artesanais que sobrevivem do pescado. Atualmente a Baía recebe cerca de 98 toneladas de lixo por dia, o que tornou a realidade dos pescadores desafiadora ao ter que conviver com os resíduos flutuantes. Hoje, a comunidade pesqueira sobrevive com a ajuda da renda da pesca do lixo, através da venda dos resíduos recicláveis coletados na água. Dessa forma, este estudo tem como proposta elaborar um projeto piloto de arquitetura que sirva não só como um espaço que viabilize o trabalho e a garantia da fonte de renda de forma mais digna, mas também as atividades socioculturais do grupo. A área de intervenção e o programa de necessidades do projeto foram definidos através do processo participativo de pesquisa com os pescadores da Colônia Z-10 . O terreno de atuação do projeto fica na ainda hoje conhecida como “Colônia de Pescadores”, na Ilha do Governador, que atualmente ainda mantém viva a cultura da pesca, mas a custa de muita dificuldade. Os espaços são improvisados e não tem estrutura suficiente para todos os pescadores, nem todas as etapas que envolvem a pescaria. O projeto propõe um espaço com blocos de trabalho e convivência para até 10 pescadores, que além de viabilizar o trabalho em grupo e manter a integração, conta com uma área para implantação de alojamentos auto-construídos, para os pescadores que têm necessidade de pernoitar próximo ao ponto de pesca. Além desses blocos, o projeto também conta com uma sede (com possibilidade para feira), um pavilhão de trabalho, oficina, cais e rampa para acesso à água e uma praça que se integra às quadras já existentes em frente ao terreno. A “Vila dos Pescadores de Lixo” foi implantada priorizando as visadas livres para a Baía, a fim de trazer uma reconexão da Colônia com a água e construindo da forma menos invasiva possível, já que se faz inevitável estar às margens da Baía.


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