A arte está presente na vida do ser humano desde tempos pré-históricos. É parte crucial do nosso convívio em sociedade, e também possui o poder de causar um profundo impacto individual em cada um que a experiencia. Como afirma o filósofo Byung-Chul Han em seu livro “Sociedade do cansaço”, vivemos numa época em que o excesso de cobrança e de estímulos de “positividade” estão criando uma sociedade doente, acometida em larga escala por enfermidades neuronais como a depressão, o TDAH, a ansiedade e a síndrome de burnout. Em meio a esse cenário, a arte pode ser utilizada como uma ferramenta valiosa na amenização dos sintomas desses distúrbios. O projeto do “hub” cultural consiste na implementação de um espaço cultural a céu aberto, fragmentado ao longo de um circuito que conecta os modos de transporte na região do Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca. A escolha do transporte urbano como palco para esse projeto se dá porque uma estação de transporte público é um ponto focal da tensão que Byung-Chul Han descreve, onde a pressa, o cansaço e o estresse das pessoas estão exacerbados e, consequentemente, onde o poder terapêutico da arte tem grande potencial para ser aproveitado. O local em questão é um centro de convergência entre quatro modos de transporte público: metrô, BRT, ônibus e balsa, além de ser o ponto mais requisitado de 99Táxi – transporte privado – do Rio de Janeiro. Dito isso, o projeto parte da premissa de que o momento da baldeação é uma oportunidade para a cultura.