• Autor Verônica Baiense Teixeira
  • Ano 2023/2
  • Localização 15, 48
  • Resumo

    A depender do que se pretende comunicar, existem ao longo da historia diversas formas de se nomear a diversidade sexual e de gênero. Entre MHB (Movimento Homossexual Brasileiro) e o famoso GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes), este trabalho vai se referir à nossa comunidade como LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Queer, Intersexo, Assexuais e demais espectros), por ser a sigla que atualmente mais reflete a diversidade que nela há. Bem verdade que as temáticas que abordam as vivências da comunidade também perpassam por vários fatores, como social e econômico, sendo a violência um dos fatores que se interliga entre elas até os dias de hoje. Um grande problema advém da subnotificação de informações sobre essa população, a partir do momento em que o próprio governo não possui tais dados e também a própria dificuldade de realização de pesquisas, devido ao medo ou insegurança que algumas pessoas têm sobre divulgação de dados ou até mesmo confusão pessoal com as definições, segundo a coordenadora da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do IBGE Maria Lucia Vieira (2022). Porém há organizações civis que produzem pesquisas periodicamente, nos alertando para os ricos que essas pessoas correm e possibilitando um norte para a criação de políticas de assistência e resistência. Em face ao histórico de LGBTfobia, se faz necessária a criação de espaços que acolham as pessoas mais vulneráveis da comunidade, bem como ofereçam assistência psicológica e social, cooperando para o desenvolvimento e sucesso dessas pessoas, contra o extermínio do nosso povo. O Brasil atualmente figura como o mais violento para pessoas LGBTQIA+ no mundo, ocupando o primeiro lugar em numero de mortes, especificamente, de acordo com dados apresentados pelo Grupo Gay da Bahia (2020), sendo que 23,50% dessas mortes ocorreram dentro das residências das vítimas. Ainda, o país também ocupa o primeiro lugar em assassinatos de pessoas transexuais segundo dados da pesquisa Trans Murder Monitoring (2022), sendo essa a população que mais sofre assassinatos no seguimento LGBTQIA+, de acordo com o cruzamento de dados feito pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (2021). A educação dos mais jovens também é afetada pela LGBTfobia, onde sofrem violência dentro das escolas,segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas (2017), além de ter 1,5 vezes mais chances de relatar altos níveis de depressão, de acordo com artigo da Agencia Brasil (2016). A proposta principal desse trabalho, diante dos dados alarmantes sobre a situação psicológica e social de vulnerabilidade entre a população LGBTQIA+, é criar um espaço de acolhimento no Distrito Federal que integre moradia e assistência psicossocial. O programa de moradia tem por intuito acolher as pessoas que sofrem com violência intrafamiliar, sobretudo aquelas que foram expulsas de casa ou se encontram em uma situação insustentável no núcleo familiar, bem como pessoas em migração ou condições de autossustento, oferecendo abrigo emergencial e temporário, de acordo com a necessidade apresentada. Visando o desenvolvimento daqueles que foram acolhidos pela moradia e demais membros da comunidade em geral, é proposto um anexo onde serão oferecidas atividades de tratamento psicológico e assistência social, oficinas e aconselhamento profissional, a fim de auxiliar no sucesso e bem estar da comunidade. A localização foi escolhida em favor da descentralização de atividades na Região Administrativa I (RA I) do Plano Piloto, que concentra maiores oportunidades de empregos no setor público, bem como a maioria dos postos de trabalho, de acordo com a CODEPLAN (2018); sendo assim, o projeto é proposto em uma área central de Taguatinga (RA III), que figura logo atrás do Plano Piloto em oportunidades, visando dar continuidade aos processos de desenvolvimento social no DF para além do Plano Piloto.


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