"Compreendemos como patrimônio cultural os bens os quais possuem relevância histórica e social para determinada população. Diversos fatores determinam o que é importante, o que deve ser lembrado e preservado, nas esferas municipais, estaduais e federais públicas. Porém onde entram as pessoas do cotidiano nessa discussão? E de que maneira essa discussão é realmente relevante e necessária para elas? Esta pesquisa tem a finalidade de registar e estudar o papel do patrimônio cotidiano urbano - ordinário- na construção da identidade e o sentimento de pertencimento de um grupo social que divide as mesmas histórias e o mesmo espaço - lugar, e ao questionarmos esse papel na vida cotidiana dessas pessoas, queremos descobrir, do ponto de vista delas associado com as entidades governamentais, até que ponto ela faz ou deveria fazer parte da construção de uma consciência coletiva sobre as questões urbanas patrimoniais no seu lugar cotidiano. Para tal, o recorte de estudo é feito na região de santo aleixo, distrito do município de Magé, contendo uma história rica de memória coletiva. Partiremos do princípio de que para entender como é, foi e como as pessoas gostariam que fossem, é necessário uma imersão no lugar, através da observação, e o método será através do desenho do cotidiano. Espera-se fazer um registro do legado deixado pela história urbana do distrito, seus efeitos, relações com a população e a relevância para sua vida atual. Procurar dar voz e espaço aos residentes, bem como não avaliá-los somente pelas perspectivas de números, mapas, gráficos, mas de uma perspectiva presente, paciente e sensível do percurso, percurso esse que é a essência de como acontecem as relações do lugar com quem o habita, vive e caminha por ele, tudo isso representado pelo desenho de observação. Podendo a partir disso mudar a forma como as questões do patrimônio são tratadas em santo aleixo e quais mudanças trazem uma maior qualidade de vida e sentimento de pertencimento à população santaleixense."