Projeto surge a partir do retrospecto e aproximação com contexto arqueológico de Minas Gerais. Baependi, pequeno munícipio do sul-mineiro, compõe o panorama rupestre da região com a presença de três sítios arqueológicos. O trabalho caminha para produção de novas e diferentes possibilidades de relação entre o patrimônio arqueológico e a arquitetura. Diante das particularidades do Sítio Arqueológico de Itaúna, o projeto percorre pelos elementos do sítio e elabora uma proposta a essa investigação arquitetônica. Como premissa de projeto, o toque da arquitetura ao chão definiu algumas diretrizes de desenho. O entorno arqueológico impõe o cuidado e sutileza com a terra, com os elementos enterrados e sobreviventes ao tempo. As pedras naturais encontradas soltas ao longo de todo terreno compõem agora o sistema de fundação seca temporária, fixado de forma simples e inofensiva ao solo, garantindo desmontagem rápida e limpa. Com sua estrutura de madeira apoiada sobre as pedras naturais, pilares e vigas se entrelaçam em um método de montagem seco. Sistema construtivo e estrutura aqui são por si só solução arquitetônica. Com certa modularidade, pedras e pilares são dispostos com espaçamento de 1.50m. Módulo que com sua multiplicação longitudinal e/ou transversal torna-se flexível ao longo de todo percurso; propondo diferentes momentos de estar e caminhar. Passarelas, mirantes e decks formam o arranjo arquitetônico ao longo do percurso. Mesclam na paisagem local, entre pedras e pinturas. Projeto nasce do chão, em seu estado mais natural, a pedra. Arquitetura surge como simples e eficiente sítio de apoio às pedras, às pinturas, ao patrimônio.