O presente trabalho consiste em um Plano de Estruturação Urbana (PEU) da Ilha de Itaoca - SG, que tem como objetivo promover o desenvolvimento social do território. Para isso, é importante compreender as necessidades da comunidade local e desenvolver proposta projetual de espaços de bem-estar físico, psíquico e social. Tendo em vista a situação de calamidade pública ocasionada pela COVID-19, passou-se a entender espaços urbanos como espaços de saúde. A partir disso, vê-se a necessidade de proporcionar condições favoráveis para a promoção da saúde. O conceito de Território Terapêutico parte da premissa que as conjecturas de sustentabilidade caracterizam o tecido social dos territórios, podendo ou não promover saúde. Contudo, a prevenção de doenças envolve medidas terapêuticas que, no campo da Arquitetura e Urbanismo, são ações projetuais que modificam condições territoriais ruins já existentes. O projeto visa a sustentabilidade econômica, concomitante à recuperação da qualidade ambiental dos remanescentes florestais, manguezais e praias, com foco no tratamento do lugar. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e descritiva de caráter histórico e projetual. O estudo utilizou fonte de dados (site oficial do governo, IBGE, Google Acadêmico, SCIELO, entre outros) e como referência projetual a metodologia aplicada a Medellín (atuação junto à comunidade e a mobilidade proporcionando conexão entre áreas periféricas e áreas com mais oportunidades de emprego e renda), além dos PEUs aplicados na cidade do Rio de Janeiro (PEU Vargens, Itanhangá e Joá). Baseando-se nas pesquisas feitas, o PEU Ilha de Itaoca propõem as seguintes atuações: Mobilidade: conectar a Ilha aos principais bairros de São Gonçalo (Centro e Alcântara) e à Praça XV de Novembro no RJ, por meio de um sistema de teleféricos e melhorias no pier de barcas; além de um pedonal e um sistema de ciclovias; Ecossistema: implantar áreas de lazer junto às praias e garantir o saneamento da orla e adjacências, além de incentivar o turismo através dos polos culturais; Hidrografia: viabilizar a despoluição/conservação do Rio Imboaçu e sua fruição pela população; Usos do solo: condicionar o adensamento à infraestrutura existente e a ser implantada, possibilitando a resiliência dos rios e manguezais; Possibilitar a implantação de um centro de triagem para o pescado, incentivando, assim, a pesca artesanal já praticada no local. Além de implantar um centro de triagem de recicláveis, para promover condições de trabalho saudáveis aos catadores de recicláveis do antigo lixão de Itaoca.