O espaço-entre representa um paralelo entre a territorialidade e o recorte racial, abrangendo uma perspectiva pessoal e ancestral do projeto, através da espiritualidade. Assim, nasce uma cozinha ancestral que abraça realidades sociais distintas: a rua e o morro. Cria-se um cenário de roda e circularidade sobre a cozinha, potencializando a força da coletividade e da afetividade do corpo com a terra. A rampa de entrada toca a rua e comporta-se como sua extensão através de um convite por fluxos de acessos. Explora-se a diferença de cotas para dissecar a pluralidade do espaço-entre, representado também pelos seus desníveis verticais. A entrada é dupla, sendo uma direcionada aos banheiros e outra à cozinha circular, introduzida por uma rampa que abraça o sentido da roda, rebaixada a -0,90m e abraçada por uma arquibancada voltada ao fogo. Chega-se a uma cozinha equipada para a produção de alimentos em grande escala para uma possível distribuição ao entorno do bairro. Nos dias de chuva a água penetra o edifício, podendo acumular para permitir o contato direto com a água e suas sensibilidades.