O presente trabalho tem como objeto de estudo a Rua Barão de São Félix, no Centro da cidade do Rio de Janeiro. A via se estende por cerca de 750m, da Rua Camerino à Central do Brasil, à sombra dos Morros do Livramento e da Providência. Configura limite entre os bairros Centro e Gamboa e está localizada no recorte da Zona Portuária. Consolidada como via de caráter residencial, a via, aberta em 1809, abrigou o mais notório cortiço da cidade – Cabeça-de-Porco –, e foi local em que se instalou o primeiro espaço de culto de matriz africana do estado fluminense – o terreiro de João Alabá. Atualmente, mantém aspectos da arquitetura Oitocentista e está inserida no recorte da Área de Proteção do Ambiente Cultural Saúde, Gamboa e Santo Cristo – APAC SAGAS. Apesar disso, sofre com problemas crônicos em sua infraestrutura urbana, além de crescente degradação de seus bens patrimoniais. Através de levantamento do contexto atual e breve explanação sobre os aparatos legais de preservação que a cercam, o trabalho problematiza o apagamento da memória da via. Deste modo, a pesquisa se apoia na reconstituição histórica da via, com ênfase em seu caráter habitacional, como subsídio para a retomada de seu valor memorial e consequente preservação, entendendo que ela constitui parte importante da história da Região Portuária e da cidade do Rio de Janeiro.