O Projeto do Parque Público de São Conrado consiste em uma investigação e consequente ensaio projetual da ocupação de um espaço que configura situação urbana problemática no que diz respeito ao pleno desenvolvimento de uma vida urbana democrática, igualitária e socialmente ativa. O bairro de São Conrado, caracterizado por sua ocupação majoritariamente residencial na forma de grandes condomínios fechados e de alto padrão, situa-se no limite de transição entre a Zona Sul e a Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Apesar de rodeado de favelas de importância significativa como a Rocinha e o Vidigal, o bairro se constitui como local reservado à fruição de poucos, embora faça parte do trajeto cotidiano de grande volume de habitantes da cidade. A partir desta situação e suas contradições inerentes, o projeto utiliza-se de um trecho do campo de golfe do bairro para propor a transformação do local a partir de uma nova estrutura, um parque público. O parque ocorre de maneira distinta em três momentos, cada um deles voltado a estimular formas de ocupação que se articulam com o entorno e com a cidade. A faixa litorânea interage diretamente com a praia e procura explorar o potencial ativador dos dois ambientes de modo complementar. A faixa central se posiciona como reduto natural, que proporciona uma experiência que parte do vagar indeterminado por entre áreas verdes. A terceira região abriga o Conjunto da Expansão do Complexo Esportivo da Rocinha, dedicando e unindo o parque à cidade.