O seguinte trabalho se manifesta sobre o tema do trabalhar e morar contemporâneo - home office - observando como este modelo se intensificou no contexto pandêmico. Conectando-se com as demandas e dinâmicas desse tipo de atividade, sobretudo espaciais, é proposto um estudo de um modelo habitacional onde o trabalhar é previamente contemplado. Por sua própria natureza, algumas das metrópoles acabaram desempenhando uma maior adaptação ao home office. Assim, o centro do Rio de Janeiro se apresentou como uma opção adequada de local de estudo. Para além de sua centralidade urbana, hoje a região passa por um momento de incentivo à habitação, como reforçado por programas como o Reviver Centro, tornando a ideia de se morar no local cada vez mais valorizada. O centro da cidade possui uma densidade intensa em relação a sua área construída. Apesar disto, é possível identificar um número considerável de imóveis abandonados ou em ruínas. Este projeto volta seu olhar às edificações subutilizadas, especificamente, no conjunto de empreendimentos que fazem parte do Corredor Cultural. Tendo em vista as áreas delimitadas pelo projeto, a arquitetura colonial e imperial dos antigos sobrados e casarios da região do Saara tornam-se foco de intervenção, inclusive como um paralelo de seu programa original. Dessa forma, o trabalho visa resgatar o valor cultural desses sobrados através do uso, já que, no momento, esses casarios perdem parte do seu prestígio por falta de cuidado e manutenção.