A Aldeia Maracanã é uma aldeia indígena multiétnica localizada na cidade do Rio de Janeiro, próxima ao Estádio do Maracanã. É um movimento vivo que representa a retomada indígena no Rio de Janeiro e possibilita o encontro de diversas etnias, gerando uma confluência de saberes. Devido às obras para a Copa do Mundo e a valorização fundiária da área, eles sofreram diversas tentativas de despejo. Por isso, precisam lutar diariamente para assegurar sua presença no território, uma vez que ainda não tem reconhecimento do Estado e da sociedade. Como o título indica, este trabalho está estruturado em diferentes narrativas que surgiram do meu encontro com a Aldeia Maracanã. Narrativas estas que dialogam com a arquitetura e o urbanismo, mas que não se limitam somente a esse campo, também se relacionam com diferentes concepções de mundo. A pesquisa procura, através da metodologia da cartografia, observar a realidade de diferentes mundos, diminuindo as distâncias entre eles. Para isso, neste método, a pesquisa não pode se iniciar com uma questão fechada já sabendo o que se busca. A partir da minha convivência na Aldeia, percebi que muitas camadas estavam silenciadas pelo mundo hegemônico e colonizador. Comecei a enxergar tais elementos com outros olhos ao exercitar um pensamento crítico e decolonial. Ao criar uma conexão desses elementos com a arquitetura e o urbanismo, a pesquisa encontra possibilidades de desafiar a concretude da cidade, a dureza de seus mapas e a mesmice de seus projetos.