Resumo
O trabalho surge do encontro com o sublime nos dias cinzas, massivos conjuntos habitacionais e restrições espaciais do lockdown na cidade de Berlim. Provocada pelo costume com a exuberância da natureza carioca, busco por seus invisibilizados aspectos brutos, rígidos e repulsivos. A arquitetura anti-paisagística: seus bunkers, espaços subterrâneos e ruínas enterradas. Reflito sobre tais caixas fechadas, o simbólico desses espaços públicos enclausurados, seu sentido ou falta de sentido dentro do contexto, e como suas memórias foram preservadas. Estudo a etnografia do antigo bunker da Praça dos Expedicionários e subsolos ao redor, e questiono como os aspectos ditatoriais do Estado Novo (1937-1945) - censura, aspiração fascista e delírios messiânicos - refletem nestas feridas paisagísticas. O resultado são colagens heterocrônicas - de múltiplos de tempos históricos - e pinturas que refletem o abrigo, o esconderijo e os delírios enterrados, utopias construídas fora do alcance dos nossos olhos.
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