O trabalho trata-se de uma proposta de um Parque Urbano localizado no Engenho de Dentro, Zona Norte do Rio de Janeiro. Uma contradição, afinal é um espaço densamente arborizado em meio a tantas construções, porém, encarcerado entre grades e muros separando uma zona com grande potencial da população que percorre ao seu redor. Esse espaço presenciou muitas histórias, já que ali era um Hospital psiquiátrico, onde Nise da Silveira, uma mulher nordestina, revolucionou o tratamento das doenças mentais trocando choques elétricos e camisas de força por um tratamento mais humano, com pincéis, tintas e telas brancas. Os pacientes eram livres para se expressar através da arte. O resultado foram melhores comportamentos e descoberta de novos artistas. E até hoje seu legado continua, afinal, lá ainda acontecem diversas atividades contando com a participação de pacientes e voluntários, que inclusive, muita gente desconhece. O objetivo principal deste trabalho é estabelecer um enlace entre espaço público, paisagem e arte. Trazer a esse parque urbano, sua função de encontros, contemplação e democracia. Ressignificar essa paisagem através de novos equipamentos, potencializar a memória do que já foi vivido e conectar tudo isso a arte, método escolhido pela Nise da Silveira para curar seus pacientes. O projeto além de marcar uma nova fase para o espaço, é o fim de uma estigmação deste local. É permear essa quadra e possibilitar a população mais opções de lazer, esporte e cultura.