Com intento em contribuir com demandas da população e movimentos sem-teto, este trabalho se propõe a estudar a atuação de profissionais do campo da arquitetura e urbanismo com movimentos populares no contexto de ocupações de imóveis ociosos. O recorte adotado é a área central do Rio de Janeiro, entre os anos 2000 e 2022. Objetiva-se apresentar os desafios e caminhos potenciais para a referida atuação profissional, com ênfase na viabilidade econômica do trabalho e das intervenções. Foi consultado referencial teórico e aporte normativo referente a linhas de crédito e programas habitacionais. Complementarmente, também foram consultadas notícias de imprensa para o levantamento de dados sobre o contexto de ocupações no recorte adotado, para o qual foi apresentado uma síntese, e que contribuiu para identificação dos casos que tiveram contribuição técnica para estudo aprofundado. Entrevistas foram realizadas com 5 profissionais de arquitetura e urbanismo que participaram das 7 experiências identificadas. São apresentadas informações sobre as ocupações selecionadas e aspectos gerais das experiências de ATHIS, bem como os agentes envolvidos nas experiências e a relação entre eles. Identificam- se alguns dos principais desafios, como: 1 - dupla jornada de trabalho; 2 - trabalho com contraproduto; 3 - composição de custos dos programas de habitação popular; 4 - falta de fonte de recursos específica e 5 - falta de vontade política. Então, são análisadas as estratégias adotadas e indicadas pelas/os entrevistadas/os, complementadas pelo referencial teórico/ normativo. Por fim, foi realizada ponderação sobre as direções e possibilidades da atuação considerando: 1 - a viabilidade econômica do trabalho; 2 - segurança de posse dos residentes; 3 - fontes de recursos disponíveis; 4 - articulação entre universidade e movimentos populares e 5 - mobilização social suprapartidária.