O seguinte trabalho trata da problemática em torno da carência de arborização e o limitado acesso da população a áreas verdes no bairro da Maré, na cidade do Rio de Janeiro. Possui como vertente explorar o problema socioambiental que afeta esta localidade, assim como investigar seus impactos na qualidade de vida dos moradores. O trabalho objetiva melhorar a relação entre a natureza e a sociedade, tornando o indivíduo arbóreo o elemento central deste processo. Assim, é proposta a elaboração de um dispositivo urbano ecológico, por meio de espaços que atualmente não cumprem sua função social, através de conceitos permaculturais, de forma que o bem-estar do próprio ambiente natural seja a diretriz projetiva. A partir da análise da situação alimentar dentro da Maré, Propõe-se estimular uma reflexão a respeito da importância do alimento na vida da população marense, bem como reconsiderar o seu papel dentro do território periférico buscando soluções que amenizem o problema que é o limitado acesso a uma alimentação saudável. A intenção é fazer com que as pessoas consigam utilizar do seu próprio território como meio de produção, disseminando o entendimento a respeito do conceito de soberania alimentar dentro da realidade periférica. Utilizando-se da agricultura urbana, agroecologia e permacultura, através da própria força de cooperação e contribuição, em um processo de participação e pertencimento, trazer mudanças ao cenário atual. Estas políticas públicas devem propender para além do âmbito da alimentação. Guiados pelo crescente conceito da Economia Circular, onde os resíduos servem de insumos para produção de alimentos, as novas práticas devem funcionar como um organismo vivo capaz de se autogerir e autorregular utilizando-se, na prática, de um processo cíclico de reutilização e reaproveitamento.