O trabalho aborda diferentes formas de leitura da paisagem, através do diálogo com outros campos como o cinema e a geografia, para construir uma metodologia experimental, a partir da linguagem do filme e da cartografia. O recorte territorial escolhido é no Centro da cidade do Rio de Janeiro, no qual percorro o espaço com uma câmera e interajo com diferentes personagens urbanos. A montagem do filme “O Centro do Rio é um Vale”, a partir destas filmagens, conta com um olhar subjetivo atravessado por outras vozes, construindo assim uma narrativa sobre a paisagem sensível aos aspectos culturais nela presentes. Nas filmagens são colhidos elementos da cultura e da vida urbana e estes são sobrepostos às camadas duras do território já mapeadas. A principal motivação do trabalho foi o questionamento de como arquitetos e urbanistas podem se apropriar de outras linguagens próximas ao nosso campo para complementar suas leituras sobre o espaço urbano e se colocar de maneira aproximada, com o próprio corpo, na paisagem a ser investigada ou reconhecida. Portanto, a partir das questões levantadas, o trabalho resulta em um ensaio experimental de cartografia da paisagem através do filme, buscando revelar aspectos que são historicamente apagados nas representações mais distanciadas próprias do nosso campo.